I
Como a ceipa trouxe a rama
E a rama trouxe a fulô,
Dos primórdios lusitanos
Minha língua engatinhou...
Do calcanhar nordestino
Ao ciberespaço interino
Chamado computador.
II
Numa viagem emergente
Ao digi-mundo eu ouvi:
Rosana de Araújo,
Marcuschi, Saores, Lévy
Falando de hipertexto,
Recurso, gênero e conceito,
Que navegar é preciso!
III
E aqui vai meu repente,
Pois no cordel sou ligeiro,
Acima dos mega bytes
Que nem galope faceiro
Fazendo um comparativo
Do meu regionalismo
C'um internauta maneiro.
IV
Abóbora é jerimum,
Aipi é macaxeira,
Traíção é par de chifre,
Diarréia é caganeira,
Verminose é lombriga,
Prostituta é rapariga,
Desodor é suvaqueira.
V
Tem mais quinhentos verbetes
Que circulam noite e dia
Na boca do nordestino
Como jabá e farinha,
Que faz do regionalismo
Orgulho e patriotismo,
Coragem e valentia.
VI
Se tem rede é de balanço,
Arrob@ só de batata,
E-mail pela metade,
Web é o “fi” de Graça,
E o MSN?
É Mané Silva Nascente
No ferro que fere a vaca.
VII
Delete? Queijo e qualhada,
Chat é Zé do butiquim
Quando toma cd room
Fica blogado e bebim,
Internauta tem na lua
Vírus-lata tem na rua,
Byte tem aro e selim.
VIII
E assim vou misturando,
Chiclete com tapioca
Banana com hot dog
Cascudo com Microsoft
Jogando o meu nordestês
Na cara do internetês
Que bate na minha porta.
Gonçalo Laurindo
Natal(RN), 22/04/2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
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Este cordel de Gonçalo Laurindo destaca a relação do Letramento Digital com a real situação de muitos professores. Outras obras do autor:O Brasil em versos e desafios; A História da Arte; Casamento Matuto no Bréu; Soledade, Uma História de Vida, entre outras.
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